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sábado, 3 de dezembro de 2011

Desiludida

Meus olhos se fecham, respiro fundo algumas vezes... Minha mente se vai... Voa por milhões de lembranças e memórias diferentes. Eu não me permito lembrar, não me permito pensar, não me permito sentir. É meio complicado, com o jeito que tenho, por isso há horas em que eu preciso baixar um pouco a guarda. Há horas que eu me permito lembrar só um pouquinho dos detalhes daquela tarde. Da conversa, dos olhares, das vergonhas, do toque... Mas então vêm as perguntas na minha cabeça e é nesse momento que eu tenho que abrir os olhos. Eu não aguento tantas dúvidas, tantas perguntas... Elas sufocam minha mente e chegam aos meus olhos em forma de lágrima, de decepção. Eu fui deixada no escuro, cega, surda e com a boca costurada. Não há nada que eu possa fazer, se não esperar a luz chegar. Mas enquanto o escuro me invade, só tenho as sensações de dejavú. A história toda está se repetindo na minha mente. De novo, fui usada. De novo, o brinquedinho. De novo, a garotinha desacreditada se afogou num mar de ilusões. Só sei que estou cansada disso tudo. De acreditar, de me iludir. Uma única vez, eu podia viver uma verdade. Chega de mentiras! Agora, tudo o que faço é tentar dominar meus impulsos, porque se eu perco o controle, acabo perdendo a cabeça.
Meu coração apenas tenta pulsar em paz, mas com tantos setimentos conturbados, a única coisa que faz é mendingar por um pouco de carinho.

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