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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sexta-Feira Santa

Eu me lembro dessa data na minha infância. Era o único dia do ano que a minha mãe levantava cedo e ia ajudar na cozinha. Minhas tias já haviam adiantado quase tudo, o meu pai já havia colocado o peixe e o bacalhau para ferverem. Minha mãe, então, ligava o som e colocava o velho CD do Padre Zezinho - minha família sempre teve um jeito meio católico - e eu e meus primos cantávamos, vez ou outra, furtando uma azeitona ou um pedaço de cenoura crua. Então, depois da ceia, todos íamos para a área. Os adultos armavam as redes, colocavam as cadeiras para fora, alguns deitavam no chão fresco, conversando por horas seguidas. Nós, crianças brincavamos, encenavamos histórias bíblicas e cantavamos músicas que falavam de Deus. Quando começava a Sessão da Tarde, nós íamos assistir mais uma vez a história de Jesus Cristo, enchendo os nossos pais de perguntas sobre a história.
Era uma união tão grande, uma paz tão boa... Todos se davam bem, conversavam e confraternizavam. Era o único dia do ano que era assim. É um dia que desde que me entendo por gente, é meu, de Deus e da família. E sabe, na minha opnião, uma das maiores demonstrações da presença de Deus na nossa vida, é a família. Então, é por isso que nesse dia minha família esquece as desavenças, as brigas bobas e o estresse. Tudo o que há é paz, é humildade e é amor. É assim que nós nos sentimos próximos de Deus. Porque afinal, é pela nossa família que nos devemos começar a amar. É através do amor da família que nós expandimos esse amor até chegar a todos os nossos irmãos. E nós sentimos a presença de Jesus Cristo na nossa casa.

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