Eu sou uma estrela, perdida e sozinha no meio de milhares de constelações. Seus nomes, não sei, mas elas nunca estão só. Uma complementa a outra e juntas, elas formam novas estrelas que brilham nesse céu noturno. Esse céu... É o princípio da minha existência, é o meu lar. Sou uma estrela pequenina ainda, estou só, não tenho muito brilho... Mas estar sozinha tem seu lado bom, o céu se torna mais escuro e eu, cada vez mais brilhante. Todos na terra verão somente o meu brilho! A estrela tem luz própria, não precisa de outro astro para iluminá-la. Ela tem sua luz e tem seu pequeno pedaço de céu.
Mas eu também sou uma mariposa, aqueles insetinhos feios que zigue-zagueiam ao redor da luz. Veja, eles sempre estão procurando a luz! Sou eu! Nos meus momentos mais escuros, eu procuro a luz e ela vem até mim. Me abraça, me dá calor, me dá amor, me dá calma... A luz, tão sublime e encantadora... É por isso que a sigo, que sempre estou a sua procura. Tanta beleza num ente só! Porém eu estou muito próxima da luz, veja, minhas asas já não batem com tanta força. Meu voo se torna fraco, sou uma mariposa feia e incompleta... Preciso de um par de asas novos!
Além, eu sou água. Que tem estado líquido, sólido e gasoso. Quando líquida, sempre transborda e inunda os que estão ao seu redor com sua pureza. Se gasosa, fica quase invisível, poucos a enchergam e não se o trabalho de tentar enchergar. Quando sólida, está só. Quem é que gosta de água congelada? Água tem que ser morna, tem que ter sabor, tem que adoçar, tem que ser sentida! Mas a solidificação é um processo pelo qual a água tem que passar... Faz parte de si, como irá a água se tornar melhor sem um de seus processos químicos? Mas a diferença está na escolha. A água não gosta desse frio, ela gosta de ser morna! Poderá ela então afastar-se de suas origens e ser o que gosta de ser? Essa água quer ser líquida, para sempre. Ela quer escorrer, transbordar, encher, filtrar, preencher e além de tudo, ser morna. Não quente, porque o que o fogo é quente e se não tomar-se cuidado, queima. Ela quer se agradável, nem de mais nem se menos. Quer ser água, morna, mole e pura.
Todos os elementos estão em um único lado de uma balança. Não há nenhum outro peso do outro lado e essa balança precisa se equilibrar. Do outro lado é preciso outro céu, outra luz e outro estado líquido. Onde procurar? Está tudo longe, são substâncias raras, algumas até abstratas... Mas se o peso permanecer de um lado só, a balança quebrará. Para onde irá estrela, mariposa, água...? Tudo que é demais sufoca.
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