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terça-feira, 17 de julho de 2012

Os erros da evolução


É que meu amigo, ainda não consegui ter tal evolução. De nada me adianta esquecer mas não perdoar. Perdoo os outros sim, amigo, todo mundo erra. Mas não perdoo a mim, não perdoo os meus próprios erros. Já feri muita gente que amo, e vivo a ferir todo dia. Não é por querer, é um eco das minhas mãos ensanguentadas com a dor dos que me são caros. Só um eco, que dói mais que qualquer coisa. Algum sábio por aí já havia dito que a consciência é o juiz mais severo, não sabia eu que essas palavras viriam fazer algum sentido para mim. Sinto culpa amigo, e essa culpa me sufoca. Mal consigo pensar nos erros que cometi, porque pensar ou verbalizar torna tudo ainda mais terrível. Eu fui terrível amigo, não importa o que digam. Meu erro vai ser sempre imenso para mim, sempre que eu ver a face de quem amo se derretendo em lágrimas. Por minha culpa! Consegues entender o tormento que está no meu coração? Consiguirei eu ser feliz um dia? Sei que tenho que me perdoar amigo, mas chega de egoísmo. Preciso pensar nos outros antes de pensar em mim. Só serei feliz quando tiver plena certeza que minhas vítimas estão felizes. Enquanto isso eu vivo, porque já não posso partir. Tenho um prazo curto, mas quero me domar, quero domar minha alma. Como me juntarei à luz enquanto houver trevas dentro de mim? Um dia amigo, eu vou construir um arco-íris e vou colocar em cada coração que chove nesse universo. Quero ser a luz para um cego, uma melodia para um surdo. Aqui está a verdadeira felicidade: fazer o bem sem olhar a quem. Mas somente no momento em que eu ver todos sorrindo sem nenhum vestígio de tristeza é que eu vou descançar. Vou descançar meu corpo para sempre, já a minha alma encontrará melhor lugar.

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