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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Acho que isso seria Esperança

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Há um mistério mal definido na luz do luar. Uma barreira invisível limitando a curiosidade incompreendida pelos atos geralmente inconscientes. A arte marginal pede para ser exporada, enquanto tudo flui numa melodia que acalma. Essa exploração ocorre de uma forma mal feita, caminhando pelos limites do talento e da sensibilidade. Pouco a pouco, o mistério se dissolve, permanecendo ainda neblinado, ocultando sua verdade.
Me neblino também, quando ouço sons tão familiares, mas que provocam uma surpresa prazerosa. Tudo depende do meu teor de vibração, das qualidades recém-aprendidas e dos três ensinamentos que compõem minha alma. Vejo mais verde de esperança a cada dia, passando pelos lugares tão conhecidos por mim e me surpreendendo com o que há de novo. Tudo um dia muda. Apesar da repetição sem fim, sei que essas palavras são verdadeiras. Muitos reclamam da falta de tempo do próprio tempo, que é um velho sábio e sabe a hora exata de aparecer. É como dizem por aí: "Aponta pra fé e rema". Mas enquanto está remando, observe as cores da água, a beleza dos corais, o horizonte à frente e até as aves que mergulham na água atrás dos pequenos peixes. Deguste da viagem, enquanto não chega ao teu sonhado destino.
É comum se deixar levar nos momentos difíceis, que todos têm. Mas a esperança é a chama curdora de qualquer dor. Esta chama tem que se manter acesa até o fim, não importa o quanto seja difícil. É o que tento fazer, sempre que me vejo fraquejar. Degusto da minha tristeza, é claro, porque afnal, aprendi que a dor tem que ser sentida. Mas logo abro os olhos e ainda no escuro, acendo a luz e tudo se clareia. Pego as peças do jogo e vou montando o quebra-cabeça aos poucos. Uma peça ali, outra aqui... Desvendo os enigmas, gero conclusões e adormeço, no que me parece uma bela noite de sono.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Hora dos Espinhos

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Há algo muito estranho acontecendo e talvez eu devesse continuar cega. Platão tinha razão ao dizer que a luz machuca quando o prisioneiro sai da caverna. Sem querer, achei a saída e hoje vivo a dor de deixar a ignorância para trás e abraçar o conhecimento. Ok, eu mereci isso. E mereço uma faca enfiada na garganta por ter sido tão estúpida e ignorante, acreditando que as sombras eram reais. Quanta ilusão! E perdoe o drama, caro leitor, mas deixe-me explicar que não existe drama no que vive dentro de mim. É intensidade. Sou intensa, sinto toda e qualquer coisa numca intensidade incrível, exageradamente. Por vezes soa infantil e faz muitas pessoas o chamarem de drama, mas há pouco descobri que as situações e a forma como elas chegam até mim geram a profundidade. É mais fundo que o oceano.
Ontem eu percebi que me tornei tudo aquilo que jamais quis ser. A distância fria e calculista despertou dentro de mim a minha própria frieza. Caí, mas minha queda me impulsionou a me reerguer com uma força incrível. Eu não queria, eu queria ir me erguendo aos pouquinhos, sentindo a textura do chão, absorvendo os grãozinhos de areia e degustando minha queda. Mas foi a Lei de Newton: toda ação gera uma reação. Eu estou amarga como torta de limão, onde o açúcar é só por cima. É coisa que o orgulho faz e a solidão intensifica. E por falar em solidão, descobri que meu lugar é junto dela. A solidão é a única coisa que vou ter pelo resto da vida. As ações de outrém se confudiram na minha mente, mas agora que abri os olhos, muita coisa se clareou. Uma hora, mais cedo ou mais tarde, a gente acaba refletindo e as coisas vão se encaixando em seu devido lugar.
O olhos fecho na intensidade de uma prece, uma vibração silenciosa. Adormeço com tranquilidade, ao tempo em que minha fé me mostra os caminhos floridos que irei percorrer em breve. O caminho que se cruza com o meu, que todos os sinais estampam na minha cara: a espera vai valer a pena e um novo dia nascerá. E tudo que passo: a cegueira incontrolável, estupidez, ação e reação, frieza e intensidade; tudo é permitido porque eu tenho um Pai que sabe exatamente o que é bom para mim e por qual caminho cheio de espinhos eu devo seguir para encontrar as flores.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Selvagens À Procura de Lei

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Olá, caros leitores! Hoje o post está meio diferente, depois de vários dias com a inspiração em alta, resolvi dar um tempo nos textos e indicar uma banda para vocês. Provavelmente já viram aqui, já que é uma das minhas bandas favoritas.
Selvagens À Procura de Lei é uma banda de rock de Fortaleza-CE. Foi formada em 2010 por Gabriel Aragão (guitarra e vocal), Rafael Martins (guitarra e vocal), Caio Evangelista (baixo) e Nicholas Magalhães (bateria). A princípio, fizeram sua fama local com blogs e shows em bares conhecidos da cidade. Em 2010 lançaram dois EPs: Talvez Eu Seja Mesmo Calado, Mas Eu Sei Exatamente O Que Eu Quero; e Suas Mentiras Modernas. Já tocaram com grandes nomes da música mundial, como Los Hermanos, The Black Eyed Peas e Os Mutantes. Em 2012 receberam muitos elogios do vocalista da Capital Inicial, Dinho Ouro Preto e foram convidados pelo próprio Dinho para tocarem juntos no Prêmio Multishow 2012.
Essa é a música mais famosa da banda, Mucambo Cafundó, com o clipe que tem trechos gravados em São Paulo e Fortaleza.



É aquele típico clipe que toda banda tem: a música tocando, com algumas cenas de alguns shows, os integrantes se divertindo e fazendo graça... Mas de alguma forma não muito clichê, é bonito.
Eu conheci os Selvagens a cerca de um ano e meio. Era domingo de manhã e eu ainda não trabalhava, então minha rotina era acordar e assistir TV. Estava passando Amigos Libertinos na MTV e eu gostei, porque tinha uma pegada meio Indie Rock, uma letra que me cativou, apesar de fazer pouco sentido para mim. Anotei o nome da música e da banda, para depois baixar. Só depois de um tempo foi que resolvi pesquisar na internet, mas eu não sabia se o nome da banda era Amigos Libertinos ou Selvagens À Procura de Lei. Amigos Libertinos fazia muito mais sentido pra mim.



Baixei então a música e me encantei. Porém, foi a única música deles que eu baixei. Já mencinoei que tenho preguiça de baixar músicas pela internet? Então, em meados de Janeiro de 2012, finalmente fui atrás do site da banda para encontrar os EPs e o 1º CD (lançado em 2011) que se chama Aprendendo a Mentir. Por algumas semanas Selvagens À Procura de Lei foi a única banda que eu conseguia ouvir. As músicas conseguiam tocar minha alma, mesmo que muitas delas não tivessem um significado muito profundo dentro de mim. Jamais vou me esquecer que foi essa banda que fez eu me reerguer quando eu levei uma queda feia. Música é uma coisa realmente divina.
O que me deixa orgulhosa é que o cenário do rock nacional vem decaíndo ao longo dos tempos... Se não for as bandas antigas e clássicas para salvarem esta cultura, poucas bandas conseguem salvar. E os Selvagens conseguem, mesmo estando de fora desse rock nacional clássico que nós conhecemos. A juventude, o bom humor e a ironia das músicas dessa banda conseguem cativar qualquer um que goste do gênero.
Em 2012 lançaram o EP Lado C com três músicas, sendo uma delas regravação de Travessia do Milton Nacimento. Ficando Velho é a baladinha quase romântica da banda, enquanto Rotina Blasé é uma crítica aos que implicam com a rotina. Esta última é a minha preferida da banda, já que a voz do Rafael Martins me encanta e a música em si conquista qualquer um.



Atualmente, estão trabalhando no novo CD, que ainda não tem nome. Nos shows que fazem por Fortaleza estão tocando muitas das músicas novas e eu fico aqui lamentando não poder ir a esses shows. Como "As velas do Mucuripe vão bater no planalto central" eles tem planos de vir tocar no Porão do Rock 2013, mas para isso precisam de fãs brasilienses, é claro, que ajudem a trazê-los para cá. Então, peço que se gostarem, ajudem a divulgar a banda. Mostrem para seus amigos e conhecidos. Esses garotos são bons demais para fazerem sua fama apenas nos circuitos de fortaleza e alguns festivais... Vamos mostrar ao Brasil que ainda existe rock de verdade e que Selvagens À Procura de Lei é líder em música boa!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O adeus de um jovem guerreira

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Então é isso. Acabou. A história chegou ao fim. A guerra sequer começou, mas eu, querreira, deixei cair minha espada. Não vou mais lutar, nem me preparar para a batalha. Forgive-me, my Queen. I can't fight anymore. Não posso seguir o caminho que você escolheu para nós. Devo confiar nos meus olhos, temo que seja mais uma ilusão. E é. Por que seria diferente? É tudo igual, inclusive os meus passos. Me perdoe por não acreditar e não ouvir meu coração. Ele por muitas vezes esteve errado e eu não quero perder minhas forças novamente. Eu não irei à luta, vou deixar que ela venha até mim. Mas a luta deverá me impressionar, não somente me assustar. Eu devo ser derrotada, quero minha própria cabeça como troféu. Não tenho forças para mais um passo, a esperança me deixou.
O que eu era mesmo antes de ser guerreira? Qual era mesmo a sensação de pisar descalça nos campos esverdeados? Qual era a temperatura da água? Eu me recordo dos meus longos vestidos esvoaçando junto com a capa, a tiara de véu que me cobria o rosto... Havia fogo, um fogo real. Jovens garotas dançando ao redor da enorme fogueira, esvoaçando vestidos e esperando pela volta dos nobres guerreiros.
Mas acabou. Me arrancaram o véu, o fogo e a dança. Me deram a armadura e a espada. Me arrancaram do lar, me colocaram num mundo desconhecido e me puseram na batalha. Mas começo a me lembrar... Fui eu quem quis partir. Fui eu quem aceitou o título de guerreira. Eu pedi pelo título. Eu peguei a espada. Eu lutei! E sobrevivi. Mas não tenho mais forças, eu gastei todas elas em batalhas que não eram minhas. And now I give up. I'm giving in. Me perdoe, Amada Rainha. Meu caminho será de paz agora. Paz, sem o elemento essencial.
No mais, obrigada por depositar suas esperanças em mim. Nobres guerreiras honrarão sua coroa na Era que se inicia.