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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A história das Rosas (Parte I)

Você já me presenteou com várias rosas. Eu gostava de todas, que eu chamava de Amor, Alegria, Carinho, Esperança, Amizade e Compreensão. Mas a mais querida era uma que chamei de Esperança. Amor, Alegria, Carinho, Amizade e Compreensão, eu guardava num jarro perto da janela. Mas Esperança tinha um lugar especial. Eu a guardava ao lado de minha cama, embaixo da janela, onde a luz do sol batia e iluminava suas pétalas. Certo dia observando as outras rosas, percebi que Compreensão andava meio murcha, meio seca. Tentei reanimá-la, mas você chegou e atirou a rosa no chão, pisoteando-a em seguida. Assim, você matou nossa Compreensão.
Na outra semana, Amizade estava com as pétalas caíndo e eu, preocupada, fui acudir. Mas você me tirou do caminho e arrancou o resto das pétalas de Amizade. Chorei ao ver você matar nossa Amizade.
Os dias passaram eu fui vendo você matar Carinho, Alegria e Amor. Todas aquelas rosas que você me deu e eu cuidei com toda dedicação. Fiquei triste, mas então me lembrei que Esperança ainda estava sã e salva. Feliz, coloquei-a na janela, onde antes estavam Amor, Alegria, Carinho, Amizade e Compreensão. Esperança estava meio tristonha, alguns dias antes e, ao ver a beleza a sua volta, rapidamente abriu um sorriso. Nos dias que se passaram, observei que Esperança estava perdendo as pétalas e me questionei por dentro, foi então que eu te vi, arrancando também as pétalas de Esperança. Todos os dias você arrancava uma. Quando só sobrou uma pétala de minha amada Esperança, eu decidi colocá-la de volta em baixo da janela, não queria que você terminasse também, com a rosa mais querida que você me deu. Triste, fui dormir e quando acordei, me deparei com você, pulando minha janela, com uma pétala de rosa na mão. Olhei para Esperança e não vi nada mais que seu magro talinho. Não havia mais pétalas. Você matou também minha Esperança, quando eu achei, que a tinha salvo.
Na minha mente, passaram as cenas das mortes de Amor, Alegria, Carinho, Amizade, Compreensão e Esperança e eu chorei. A mesma pessoa que havia me presenteado com as coisas que mais valiam na minha vida, fora a mesma que me arrancara todas elas. Não havia mais razão para eu continuar viva e feliz. Me arrancaram a vida, me arrancaram Esperança, me arrancaram tudo.

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